Você, amigo amante da música, sabe o quanto é desesperador
escutar aquele som que você ama só que bem baixinho porque seu vizinho é um
pentelho e se você ousar em colocar no volume 2 ele vai reclamar e pedir pra
você baixar. Ou então, você pode até aumentar, mas como o aparelho não é lá
aquelas coisas, quanto mais você sobe o volume mais parece que a música é do
Sonic Youth com participação do My Bloody Valentine. Se for um rap então, a
cada batidão de grave, todos os outros instrumentos vão embora, o som distorce
e as luzes do coitado piscam como se tivessem sugerindo que se a situação
continuar assim vai rolar um apagão.
Ainda que essa experiência sonora seja bem desagradável, tem
gente que se inspirou nisso pra fazer música e acreditem, ficou bem legal. O
Purity Ring, duo canadense cujos integrantes são Corin Roddick e Megan James,
se aproveita desse efeito que deveria ser evitado pra fazer a base das músicas
do seu primeiro disco Shrines, lançado agora em julho de 2012. A cada batida de
grave os instrumentos e até a doce voz da vocalista Megan ficam em segundo
plano. Esse jeito peculiar de produzir música combina com o som intimista da
dupla e o resultado é fascinante.
Se no seu caso, infelizmente o aparelho não ajuda muito mas
pelo menos o vizinho não é um pentelho, pode escutar o Purity Ring bem alto. O
defeito só vai melhorar o resultado.
Abraços, Mandio.
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